terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Blogueiros: Renato Menez e o rock´n´roll na alma como hobby

 Gostaria de agradecer a entrevista concedida a Márcia Tunes , Artista plástica, que mantem o magnifico Blog Contramao - contramaoprogrock.blogspot.com  e colunista do Site Olho Vivo pela materia que publica sobre os Blogueiros !!

http://www.olhovivo.ca/musica/398/blogueiros-renato-menez-e-o-rocknroll-na-alma-como-hobby/

 

Blogueiros: Renato Menez e o rock´n´roll na alma como hobby

Empresário entretém e interage com quem ama o rock e suas vertentes, dando o apoio ao rock nacional

456 (Foto Ilustrativa)
Em outubro de 2008 foi fundada a rádio Stay Rock Brazil

“Loucos por Música” é a série com enfoque em blogs, blogueiros e colecionadores de música em qualquer formato: LP, CD, mp3. Como venho dizendo desde o início, dá um enorme prazer poder trazer para vocês as histórias, alegrias, aventuras e desventuras dos blogueiros, além de poder dar uma espiadinha em suas coleções.
Meu convidado de hoje é Renato Menez, empresário, 41 anos, tem o rock’n’roll na alma como hobby. Em 2007, colocou no ar o blog Stay Rock e em outubro de 2008 fundou a rádio Stay Rock Brazil. A rádio tem a finalidade de simplesmente entreter e interagir com as pessoas que amam o rock e suas vertentes, dando o apoio ao rock nacional.
Márcia: Como e quando começou a escrever seu blog?
Renato: Eu comecei a escrever o blog Stay Rock em uma segunda-feira, 30 de abril de 2007.
Márcia: Qual era o objetivo e esse objetivo permanece o mesmo ainda hoje?
Renato: O objetivo do blog, no início, era compartilhar o que eu possuía de LPs, que estava em 2007 altamente decadente, tudo então se tornando muito mais em mp3. Com o tempo, percebi que podia divulgar bandas de nosso cenário musical, fui recebendo até materiais para divulgação. Hoje o objetivo do blog é publicar álbuns para conhecimento do público, se estendendo à Radio Web Stay Rock Brazil, que nasceu com esse objetivo.
Márcia: Quando começou já era “Stay Rock” e porque escolheu esse nome?
Renato: Sim, escolhi o nome por causa de um programa de heavy metal em Web TV na época, chamado Stay Heavy. Como sou muito eclético e gosto mesmo de todas as vertentes do rock, coloquei Stay Rock.
Márcia: Como escolhe os álbuns para postagem? Suas escolhas são aleatórias?
Renato: Eu recebo muito material para divulgação e tenho colaboradores amigos que também ajudam nas postagens, que, como eu disse anteriormente, hoje tem mais a finalidade de divulgar o nosso rock underground em todos os estilos.
Márcia: Já teve algum tipo de problema com gravadoras ou bandas ou teve álbuns deletados de provedores?
Renato: Sim... Já recebi algumas notificações por parte do Google, DMCA (Digital Millenium Copyright Act) no caso, e-mails de gravadoras e bandas solicitando a retirada da postagem, no qual foi altamente atendido.
Márcia: Você acredita que de alguma forma esteja prejudicando alguém com suas postagens, falando de direitos autorais?
Renato: Existem vários tipos de violação de direitos autorais, como plágio, alterações de obra artística, traduções sem autorização do autor e, obviamente, a distribuição ou reprodução de uma obra sem autorização. Porém, no mundo globalizado e com a informação rápida da internet, ela é uma poderosa ferramenta de divulgação com suas mídias sociais e logicamente os blogs de notícia e música, duas ferramentas para a publicação de seus trabalhos. Hoje, como todos sabem, músico não ganha mais dinheiro com as vendas de CDs, isso serve apenas para divulgação da banda, o foco é o show, a apresentação ao vivo. Pelo menos em nosso país funciona dessa maneira. A internet, que se enxergava como inimiga, vai mudando o jogo e hoje é aliada. Por isso que eu acredito que não prejudica, muito pelo contrário... Faz parte do processo de divulgação.
Márcia: Qual é a importância de um blog dedicado à música na internet?
Renato: Os blogs são essenciais ao conhecimento musical de pessoas que adoram compartilhar esse sentimento. Quem gosta e ama música, qual o estilo que for, vai primeiro procurar na internet e com certeza irá comprar o trabalho, porque aquilo vira um item de colecionador, a obra está em mãos. Mas pode ter certeza de que ele baixou primeiro para saber se valeria a pena “o investimento”. Quem gostaria de ter um CD no qual não tivesse o gosto por música nenhuma? Ele verifica primeiro. Se gostar, compra.
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(Foto: Divulgação)
“A internet, que se enxergava como inimiga, vai mudando o jogo e hoje é aliada”

Márcia: A maioria dos internautas não deixa comentários de agradecimento, mas quando querem reclamar ou pedir sabem usar os comentários, isso te irrita?
Renato: Nossa... Pouco tempo atrás, um garoto entrou nos comentários de uma postagem e foi altamente ofensivo, reclamando que tinha muitos links em off, foi na época no qual o megaloup foi deletado e consequentemente alguns servidores também saíram do ar. Aquilo me irritou tanto, que entrei no blog e escrevi uma “carta” (nada amigável) para o indivíduo, explicando os mandamentos dos blogueiros. Eu acho o cúmulo um sujeito entrar em teu blog para fazer uma crítica não construtiva, se não gostou, simples, não visita mais... Ou se tiver com algum link que não está mais disponível, no blog tem o e-mail de contato... Com certeza responderei! Geralmente quem comenta é porque tem uma identificação com o blog e gosta de visitar e baixar os álbuns das bandas.
Márcia: Faz ideia de quantos álbuns já publicou no blog?
Renato: Não tenho... Já são cinco anos, e tenho outros colaboradores que também postam... É coisa pra caramba (risos).
Márcia: Acredita que haja competição entre certos blogs?
Renato: Infelizmente tem, eu consegui fazer amigos através do blog, amigos que acabei até conhecendo pessoalmente, mas também vi casos de total prepotência. Tem muito blog que se acha, tem um, inclusive, que não vou falar o nome, já teve várias divergências com outros blogueiros, eles se baseiam pela quantidade de visitas diárias. Eu prefiro ter poucas visitas, mas que elas sejam de qualidade satisfatória, tanto para mim quanto para o visitante!
Márcia: Sua coleção aconteceu por acaso ou desde o início você já sabia que era um colecionador?
Renato: Eu curto rock desde os meus 10, 11 anos, quando comecei minha coleção de LPs.
Márcia: Quando começou a colecionar?
Renato: Em 1982, com o álbum “Coda” (álbum póstumo) do Led Zepplin.
Márcia: Sua coleção é de LPs, CDs, mp3 ou tudo junto?
Renato: Hoje está tudo junto, LPs, CDs e Mp3.
Márcia: Sua coleção é só de rock ou outros gêneros podem entrar?
Renato: Sou eclético, tenho outros estilos também, blues, progressivo, MPB...
Márcia: Qual o LP/CD ou mp3 que considera o mais raro de sua coleção?
Renato: Mais raro, talvez não saiba dizer... Mas tenho muito orgulho de ter os LPs do Foghat (o primeiro de 1972), do Babe Ruth (“First base”), Vinegar Joe (“Vinegar Joe” - 1972), o do Metallica (“Ride the lightning” - por ser importada, raridade na época) e muitos outros no qual tenho apreço...
Márcia: E qual deles seria o mais estranho dentro da coleção?
Renato: Eu tenho um que só é de barulhos aterrorizantes (risos).
Márcia: Qual álbum deu mais trabalho para encontrar?
Renato: Não estou recordando... O primeiro álbum solo do Paulinho Moska - “Vontade”, que foi Gravado entre maio e junho de 1993, esse LP é muito difícil de encontrar...
Márcia: Ainda tem uma lista grande de discos que procura?
Renato: Estou sempre indo à busca de LPs, frequento muito algumas feiras de discos etc.
Márcia: Como costuma achar seus objetos de desejo?
Renato: Na internet, em sebos e feiras de LPs.
Márcia: Sua coleção é compartilhada no seu blog?
Renato: Ainda não consegui disponibilizar tudo e como o foco agora é outro, talvez não compartilhe algumas coisas.
Márcia: Pode citar algumas das raridades que tem em sua coleção?
Renato: É difícil citar, pois eu teria que remexer de novo minha coleção, mas posso colocar aqui alguns álbuns essenciais que possuo. Todos em LPs! Pink Floyd - “A saucerful of secrets”, David Bowie - “The rise and fall of Ziggy Stardust and the spiders from Mars”, Yes - “Close to the edge”, Genesis - “A trick of the tail”, Black Sabbath - “Volume 4”, Sweet - “Desolation boulevard”...
Márcia: Sei que pedir uma lista de dez álbuns que considere fundamentais é sacanagem, mas pode fazer uma listinha comentada?
Renato: Eu poderia colocar aqui dez álbuns de cada estilo, pois como expliquei sou muito eclético, e gosto de todas as tendências como classic rock, hard, heavy, blues, progressive... Vou me basear em alguns discos clássicos que fazem parte de minha coleção, poder ser até óbvio, porém, é um registro no que não se deve faltar para um colecionador de LPs!
1. Led Zeppelin IV - O quarto álbum do Led Zeppelin foi lançado em 8 de novembro de 1971 pela Atlantic Records. As gravações foram feitas entre dezembro de 1970 e março de 1971, em diversas localidades. “Led Zeppelin IV” consta na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame, além de figurar entre os 500 melhores discos de rock de todos os tempos da revista “Rolling Stone”. “Stairway to heaven” tornou-se a canção famosa da banda. Composta pelo guitarrista Jimmy Page e pelo vocalista Robert Plant... O incrível solo de Jimmy Page foi eleito o melhor solo de guitarra de todos os tempos pela “Guitar World”.
2. Foghat - Após três integrantes saírem do Savoy Brown em dezembro de 1970 o Foghat foi formado oficialmente em janeiro de 1971. Seu álbum de 1972, Foghat, tinha um cover de “I just want to make love to you”, de Willie Dixon, e outra de Chuck Berry, “Maybellene”. É um discaço para os amantes de rock blues!
3. KISS - (1974) - Poderia colocar vários discos dessa banda na qual tenho referência até hoje, porém vou escolher também o primeiro álbum, “Strutter”, “Deuce”, “Black diamond”, “Cold gin”, “Nothin’ to lose”, “Firehouse” e até “100,000” viraram clássicos e é considerado por Paul Stanley, perfeito, a mãe de todos os outros, um álbum indispensável para um fã da banda.
4. Slade - “Slade alive!” - Um dos álbuns ao vivo mais bem feitos na história do rock, o disco realmente capta a energia da banda nos palcos. Várias clássicas e algumas covers para compor o repertório, com destaque especial para as performances de “Keep on rocking” e “Get down with it”.
5. Creedence Clearwater Revival - O álbum de estreia da banda Creedence “Clearwater revival”, lançado em 1968. Clássicos como “I put a spell on you”, “Susie Q”, “Porterville” e “Walk on the water”. Eles ganharam o disco de ouro daquela época, reafirmando que vieram para colocar vários clássicos na cena do rock.
6. Deep Purple - “Machine head”. A banda chega ao seu auge nessa gravação, perfeita, Ritchie Blackmore, Jon Lord, Ian Gillan, Ian Paice e Roger Glover tocam com maestria “Highway star”, “Smoke on the water”, “Lazy”, “Space truckin”... Impossível escutar com pouco volume!
7. ACDC - “Back in black” - é o sétimo álbum de estúdio da banda australiana e já começa com “Hells bells” com o sino de igreja, já dá pra reparar que o disco é arrasador, pois vem cheio de riffs matadores - quando chega em “Back in black”, a música que leva o nome do álbum, já estamos extasiados. Um disco que marcou a história do rock... Imperdível para colecionadores!
8. Iron Maiden - “Piece of mind” - É o quarto álbum de estúdio do Iron Maiden, lançado em 16 de maio de 1983. Ele marca a entrada do baterista Nicko McBrain na banda. Para mim, o melhor álbum de toda a discografia, apesar de que isso leva uma discussão de três dias para o ardorosos fãs da banda. Dois singles foram lançados, “Flight of Icarus” e “The trooper”, com a segunda se tornando uma das canções mais conhecidas da banda, obrigatória em teus shows! Ainda são destaques a faixa de abertura do disco, “Where ragles dare”, e as faixas “Quest for fire” e “To tame a land”. Fodástico!
9. Secos & Molhados - 1973 - Foi um grupo vocal brasileiro da década de 1970, cuja formação clássica consistia de João Ricardo (vocais, violão e harmônica), Ney Matogrosso (vocais) e Gérson Conrad (vocais e violão). Seus dois álbuns de estreia incorporaram elementos novos à MPB, que vai desde a poesia e o glam rock ao rock progressivo, servindo como fundamental referência para uma geração de bandas underground que não aceitavam a MPB como expressão. As canções mais executadas foram “Sangue latino”, “O vira” e “Rosa de Hiroshima”. O disco também destaca inúmeras críticas à ditadura militar que estava implantada no Brasil, em canções como o blues alternativo “Primavera nos dentes” e o rock progressivo “Assim assado” - essa de forma mais explícita em versos que personificam uma disputa entre socialismo e capitalismo. Até mesmo a capa do disco foi eleita pela “Folha de São Paulo” como a melhor de todos os tempos de discos brasileiros.
10. Neste 10º álbum... Eu dedico a todas as bandas de nosso cenário musical, sem esquecer de O Terço, Casa das Máquinas, Patrulha do Espaço, A Bolha, Mutantes, Barão Vermelho etc... Mas coloco aqui a maior de todas - Made in Brazil... Tudo começou na meca do rock paulistano, o bairro da Pompéia, em 1967, quando os irmãos Oswaldo e Celso Vecchione, apaixonados pelo rock’n’roll, se juntaram a alguns amigos para formar um grupo do estilo. Em 1975 é lançado o segundo álbum, “Jack o estripador”, disco já com Percy Weiss nos vocais e Ezequiel Neves na produção, e muitas músicas que fizeram sucesso durante muito tempo, embalando a trilha sonora de muitos na época como “Jack o estripador”, “Quando a primavera chegar”, “Minha vida é o rock’n’roll”. “Jack o estripador" é um registro ímpar na história do rock brasileiro!

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